segunda-feira, 27 de julho de 2009

Semáforo




Meu Deus! Não tem como iniciar esse texto sem essa frase. Não há frase melhor. Na verdade, não sei sequer como organizar meus pensamentos a fim de escrever algo passível de compreensão.

Acabei de ter uma experiência memorável, algo do qual eu sentia tanta, mas tanta falta que não sabia. Pela primeira vez em meses, posso dizer até anos, eu chorei de alegria. Chorei de saudade por reencontrar naquele abraço algo de bom que ficou perdido em algum lugar por onde eu passei. Sei lá. Foram os minutos mais lindos, mais singulares, mais incríveis da minha vida. Ficar ali, parada, literalmente pendurada no seu pescoço, porque você cresceu tanto que, pra te abraçar, preciso ficar na ponta dos pés! E fiquei. E ficaria por uma, por duas, por três horas, por um dia inteiro, por uma vida inteira.

Uma única lágrima caiu, mas caiu feliz, rolou sorridente pelo meu rosto. Um abraço que durou o tempo que leva entre um farol vermelho e outro. Ali, naqueles minutos que, ao mesmo tempo, passaram voando, mas que pareciam uma eternidade - a eternidade mais linda que eu já pude sonhar; um universo paralelo, como se as horas não importassem, como se o dia, a noite, os carros, o mundo! Como se mais nada importasse. Como se aquele semáforo, por vontade própria ou bondade das conspirações universais (!), demorasse em ficar verde. Lembrar de sempre sorrir ao passar por ali.

Um abraço que trouxe de volta tudo de bom que havia dentro de mim e caiu em alguma esquina dessas milhares de ruas pelas quais passei. Como se, por aquele abraço mais-que-perfeito, aquele poste na rua pudesse me iluminar por dentro e por fora. E iluminar todo o mundo, porque eu juro que vi uma luz imensa em cima da gente. Como se, em algum lugar, alguém estivesse feliz por ver que eu estou me encontrando, que eu estou tentando fazer tudo direito, que eu estou me esforçando – e muito - para não fazer besteira.

Me abraça de novo. Me abraça e jura que não solta mais. Cumpre aquilo que você me prometeu. Você prometeu, eu fiz você prometer que me abraçaria de novo. De dia ou de noite, no Alasca ou no Saara, na terra ou no fundo do mar. Promete que me abraça de novo. Promete que vai me fazer sorrir como eu sorri hoje. Promete que me perdoa pelo que eu já fiz pra você. Promete que vai cuidar de mim.

Me abraça de novo, pára o meu mundo e me deixa ficar bem quietinha, do jeito que você quer que eu fique, quietinha no meu lugar que é, e sempre foi, o teu abraço.

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