quarta-feira, 15 de julho de 2009

O CARA


Bem, diante dos recentes acontecimentos, sinto-me obrigada a escrever. Acho que estou ficando meio neurótica com essa coisa de ser escritora. Me acontece cada tragédia e a primeira coisa que me vem à cabeça é: Isso vai me render uma boa história. Vê se pode?! Mas, já que as coisas estão nesse pé, vamos ao caso.

Que a minha vida amorosa é uma comédia, isso eu já sei. Que eu vivo fazendo besteira por aí, isso eu também já constatei, a grande questão do momento é que, com essa minha recente decisão de fechar pra balanço, eu num momento muito, mas muito introspectivo mesmo, descobri qual é o meu problema. O que, no mundo de hoje, já é um grande passo: identifica-se o problema e parte-se para solução.

O meu problema é que tento buscar em outros caras aquilo que eu sei que só encontrei em você. É, você mesmo, você sabe disso, eu sei disso, todo mundo sabe disso. Todo mundo sabe que, por mais que eu insista em tentar encontrar o cara certo por aí, o MEU cara está bem diante de mim o tempo inteiro. E sempre esteve, nunca saiu daqui. O grande problema. O MEU grande problema, é que eu fico relutando, dizendo pra mim mesma que não, que eu tenho que vagar pelo mundo, conhecer gente nova, assistir filmes estranhos e peças do tipo cabeça, ouvir músicas que ninguém ouve, citar frases de filósofos famosérrimos, tudo isso pra encontrar um cara desse tipo.

Sejamos sinceros. E foi exatamente isso que eu fiz.

Não, eu não quero ficar fazendo cara de intelectualóide, fingindo que estou entendendo e concordando com tudo. Tudo bem que, às vezes, eu entendo mesmo e até curto, mas não sempre! Sejamos sinceros em admitir que eu ouço mesmo a música que todo mundo ouve, que eu curto ouvir pagode, RBD, rock, pop, MPB e tudo o que eu tenho direito. Curto assistir Harry Potter, 10 Coisas que eu Odeio em você, As Visões da Raven, desenho animado no sábado de manhã e todas aquelas coisas que os intelectualóides abominam. Sejamos sinceros em dizer que pra mim, o que vale mesmo é um cara bacana que consiga me fazer rir de coisas idiotas, que me entenda mais do que eu mesma sou capaz, que, numa palavra não dita, diz tudo o que eu queria ouvir; que briga comigo, me xinga e manda eu ir me ferrar, mas que, daqui a alguns dias, vai estar olhando pra mim com aquele sorriso que só você consegue dar; que vai me mandar calar a boca quando eu começar a falar demais, porque EU SEI que eu falo demais; que vai continuar gostando de mim, mesmo depois de tanto tempo, mesmo depois de todas as idiotices que eu fiz, mesmo sabendo quem eu sou de verdade.

Depois de chegar à essa conclusão, percebi também que, não importa o que eu faça, tudo me leva de volta a você. E isso não é bom. Nem pra mim, nem pra você. É sempre aquele maldito ciclo. Eu estou com você, sinto-me a pessoa mais feliz do mundo, aí decido que preciso conhecer outras coisas, expandir meus horizontes e saio por aí. Fico com um cara que, por um curto período de tempo me interessa, termino com ele, me machuco e percebo que era você o cara com quem eu sempre sonhei. Aí eu volto pra você, ficamos juntos um tempo e terminamos! Aí eu te machuco, me machuco. A gente briga, fecha a cara, fica aquele clima horrível que eu tanto odeio. Passam-se os dias, a coisa vai melhorando, eu vou expandindo meu maldito horizonte… e o resto a gente já sabe. Voltamos ao início de novo.

Então, depois de muito refletir, cheguei à uma conclusão importante. Como eu sei que tudo vai me levar a você, não quero mais expandir meu horizonte mais que expandido. Quero ficar bem paradinha aqui no meu lugar, bem quietinha esperando que você expanda seus horizontes e, talvez, chegue à essa mesma conclusão. De que eu sou pra você e você é pra mim. De que a gente bem que podia ficar junto. Daria uma história daquelas!

Vou ficar bem aqui, esperando o momento em que poderemos ficar juntos de verdade. Pra sempre. Ou então, até que você decida, porque é você quem vai me dizer isso, se vai chegar a hora em que seus horizontes já estarão tão expandidos, a ponto de você não lembrar mais de mim. Aí eu vou sentar, chorar e me deprimir pro resto da vida por ter deixado O CARA passar por mim desse jeito.

6 comentários:

  1. suuuuuuper me identifiquei com o texto.

    meu, o ser humano eh uma droga, o amor eh uma droga, conforme-se com isso

    não é animador mas é real

    uhsuashuaushuashu

    bju

    ResponderExcluir
  2. nossa,srta inspirada...
    nem precisamos falar que se aplica em diversos contextos pra diversas pessoas..
    hahahaha
    droga¬¬

    ResponderExcluir
  3. Menina, também sofro desse mal de escritora: quase tudo que acontece, penso que pode render um bom texto/história. Eu só tenho um grande problema em conseguir sentar e colocar tudo no papel. Se conseguisse, talvez minha mente não seria tão frenética e parasse de me pregar peças.

    Me identifiquei com seu texto... amor é uma coisa bem simples, mas temos mania de complicar. Vai entender.
    Beijo

    ResponderExcluir
  4. Muito bom!
    Porque a gente fica brincando que somos o que não somos tão somente pra agradar!
    Já fiz tanto isto...
    E pra ser sincera,as vezes acho que ainda faço!

    ResponderExcluir
  5. Jackie... amo os seus textos e viajo na sua escrita. Adoro ver a forma como escreve e sinto a facilidade que tens ao digitar cada palavra. Quando brinco, dizendo que o curso de Letras serve apenas para ver as letras erradas dos outros, apenas brinco. Parabéns e continue inspirada sempre.

    ResponderExcluir
  6. Parabéns Jack, vc tem uma forma gostosa de escrever, como um dialogo e o texto fica gostoso de ler...

    Continue escrevendo porque pelos comentarios vi que faz bem nao só pra vc mas tambem pra quem le!!!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir